Archive for junho 2014

Coração Partido


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Brent 19 anos


Hoje é 12 de junho e aqui no Brasil se comemora o Valentine's day nessa data.
Não me pergunte porque, eu não saberia responder.
Então, quando eu desci do carro e coloquei a mala no chão da calçada, ela veio.
Correu até o portão e me olhou.
Seus cabelos possuem uma franja nova, e caem sobre os olhos verdes.
A pele pálida é colorida nas bochechas pelas poucas sardas e por um tom corado.
Ela fica mais bonita a cada dia, e é cada vez mais difícil esconder o que sinto.
Simplesmente não sou bom em esconder coisas dela.
E, listen to me, eu sei esconder bem o que sinto.
Mas ela sorriu para mim, e me abraçou, e eu senti a necessidade de beijá-la.
Mais uma vez, uma vontade recorrente a... Todas as vezes que eu a vejo.
Foi difícil soltá-la.
So, ela segurou minha mão com uma firmeza que eu nunca tinha visto.
Ela me disse que fazia tempo que queria me contar algo importante.
No dia dos namorados do Brasil... Minha imaginação e impulsividade suspiraram.
Meu coração acelerou e eu fiquei ansioso por saber o que era.
Talvez ela quisesse me contar algo que me faria o cara mais feliz.
De todo o mundo, a whole world.
Jerk, Fool. Um tolo apaixonado.
Não costumo ser assim, mas ela me faz perder a racionalidade.
Ajo sem pensar, por impulsividade, por paixão.
E me amaldiçoo por isso.
Porque seu rosto corou quando ficamos sozinhos, e minhas mãos suavam.
E seus lábios se moveram e disseram o nome de Rodrigo.
Naquele momento eu soube que não podia demonstrar fraqueza.
Tampouco desistiria, mesmo com o coração partido em pedaços.
Eu sobreviveria.

B. Carter.


Quebra de confiança


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Matheus, 15 anos.

É bom saber que alguém se importa com você, mas eu não me iludo com isso. Piedade, compreensão, amizade verdadeira. Isso tudo é palhaçada. Isso não existe. O que existe é o interesse. Se alguém se aproxima de você, saiba que é porque ela quer alguma coisa com isso. Nem que seja não estar sozinha, ou se sentir bem por fazer algo bom. É tudo apenas interesse, então, não se iluda também. É idiotice.

Eu me deixei iludir por isso uma vez, e não vai acontecer novamente.

O céu já estava escuro e a noite estava fresca. Eu estava sentado no estacionamento de um supermercado comendo um pacote de biscoito que uma velhinha deixou cair da sacola sem perceber. Não me chame de ladrão por isso, ela tinha muito mais na sacola, e esse pacote não vai fazer muita falta. Mas nesse dia, um homem se aproximou de mim e me entregou um cobertor. Eu conhecia ele. Era o segurança do lugar. Seus olhos eram duros, mas um leve sorriso tomava conta de seus lábios. Depois disse dia, ele passou a me levar comida nas noites em que eu estava lá e nunca perguntou como eu arrumava os machucados no meu rosto ou cicatrizes. Até mesmo me convidou para ir para sua casa e depois de certa insistência dele, eu aceitei.

Sua casa era simples e eu tinha que dormir no sofá, mas era confortável e quente. E tinha comida. Aos poucos, eu consegui evitar de usar as merdas que costumava usar, foram semanas boas, mas durou pouco.

Uma noite eu acordei com ele em pé ao lado do sofá, sua calça estava nos joelhos e o cinto em sua mão. Foi um dos momentos mais desesperadores da minha vida. Eu o empurrei e nos envolvemos em uma breve briga, apesar de ele ser maior que eu e mais forte, o meu instinto me ajudou. Havia uma garrafa de cerveja na pia e eu bati em sua cabeça. Ele caiu e eu corri.


Era a minha deixa para deixar aquela cidade. E um lembrete de que não se pode confiar em ninguém.