Mudança de endereço


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Lindos e lindas que acompanham o blog da Triângulo e a vida dos personagens antes do livro,
Já faz um tempinho que alteramos o endereço do blog. Agora não é mais blogspot, fomos para o WIX porque lá é mais fácil de mexer e a Fê fez um template que ficou bem a cara do livro.

O link é esse: http://triangulodequatrol.wix.com/triangulode4lados
E TEM POSTAGEM NOVA!

Espero que gostem e continuem acompanhando por lá. É muito gratificante saber que você lêem os diários deles. <3

Com muito carinho,

Adelina e Fê.

A Festa e a Garota


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Brent 22 anos
Sentir raiva.
É o que eu sinto quando Rodrigo diz que levará Sara à festa da faculdade.
Eu não acredito que ele não seja capaz de ver o quanto Sara o ama.
Eu não acredito que ela seja tão burra a ponto de não ver que ele não gosta dela.
Não do jeito que ela quer que ele goste.
Só eles dois não vêem essa burrice toda.
E o que resta a mim?
Segui-los até a festa da faculdade para socializar com gente que eu não gosto.
Esperar até Rodrigo fazer a idiotice de deixar Sara sozinha.
Esperar até ele dançar e pegar Rafaela na frente da Sara.
Esperar Sara ficar tão amuada e solitária ali.
E ir até ela.
Minha quota de burrice.
Porque eu, na verdade, ia apenas observar.
Mas não me aguentei.
Ver Sara tão triste, tão sozinha, tão... Bonita.
Eu não me contive e fui até ela, falar com ela.
Não podia demonstrar que eu sabia pelo que ela estava passando ali.
Mas podia falar alguma coisa que desviasse a atenção dela do casal à nossa frente.
O resto da noite comemos cupcakes, bebemos refrigerante e eu a levei para casa.
Rodrigo adorou o favor que eu fiz.
Idiota. Por que ele levou Sara àquela festa?
Nunca vou entende-lo.

B. Carter.

Minhas intenções


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Rodrigo, 24 anos.
Quando pensei em levar minha priminha à festa, tinha apenas uma intenção. Fazer com que ela se distraísse, e me distrair. Somos amigos, dos bons, e Sara é uma das minhas companhias preferidas. Uma irmã mais nova. E o jeito como ela me trata... Ela me faz muito bem. Por isso eu tive coragem de levá-la àquela festa. Não estava nos meus planos encontrar Rafaela, mas como ela se mostrou receptiva, disse a minha priminha que eu ia dançar um pouco e que ela podia ficar por ali e até dançar com quem ela tivesse vontade. Eu não queria embaçar a festa dela, também. Sara merecia um pouco de liberdade, e eu concedi. Fui até Rafaela e ficamos um tempo dançando.
Até que ela me beijou, e, como eu estava com vontade, não contei muito para entrar na dela. Quando dei por mim, Brent estava com Sara e os dois conversavam num canto. Fiquei aliviado, porque, apesar de ela não estar ficando com ninguém, pelo menos não estava sozinha. E fiquei com um pouco de peso na consciência... Talvez não devesse tê-la deixado sozinha, mas a carne foi fraca.
Pelo menos Brent estava lá. Sempre lá, perto dela, fazendo-a sorrir, mesmo que nem ele fosse assim de sorrir e rir. Sara estava em boas mãos, e eu fiquei aliviado. Então curti o resto da noite com Rafa. Não que eu vá namorá-la, e eu espero que ela saiba disso. Quando eu quiser namorar de verdade, vou atrás de alguém mais interessante.

Guigo.

Sabe quando você acha que vai ser... Só que não?


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Sara, 15 anos.
Diário, você sabe o que significa decepção? Eu descobri hoje. Da pior forma. Okay, talvez não tenha sido da pior forma, mas, mesmo assim, foi bem ruim. É que eu pensei que poderia ser diferente, só que não. Como seria diferente se eu sou apenas A PRIMINHA? Doeu no fundo do meu ego, mas aqui está.
Ontem à tarde eu fui convidada para ir à uma festa.  Advinha por quem? Rodrigo, em carne e osso. Sim, ele me convidou. E eu fiquei tão empolgada que Vanessa e Lúcia tiveram que me dar um suco de maracujá e uma tarde de compras no shopping para que eu pudesse me sentir mais calma. Como se alguma dessas coisas de garotas pudesse me acalmar. Mas ninguém pode dizer que elas não tentaram.
Eu preferia ficar no quarto ouvindo músicas e desenhando. Isso sim é terapia. E talvez um MCflurry. Duplo. Com calda de chocolate e bis. Nossa. Do que eu estava falando? Ah, a festa. Eu comprei um vestido, eu fui ao cabeleireiro, fiz maquiagem, as unhas. Coloquei até um esmalte perolado, diferente do meu pretinho básico, tudo para ficar bonita. Bonita para impressionar o Guigo.
Então ele veio me buscar e... Voilé. Ele estava muito mais perfeito do que qualquer outra vez em que o vi. Estava lindo demais. Os cabelos revoltos caíam sobre a testa e cobria suas orelhas, e ele vestia uma jaqueta de couro, uma camisa preta e um jeans. Sério, eu só não desmaiei porque... Porque... Não queria fazer um papelão. Nós fomos juntos e ele foi um fofo o tempo todo. Ele disse que eu estava bonita, abriu a porta do carro para mim. Foi gentil até o fim, e eu achava que finalmente estava tudo acontecendo como nos meus sonhos. Só que não.
Rafaela o chamou para dançar, ele foi, os dois se esfregaram, se pegaram a noite inteira e eu fiquei sentada num canto, bebendo refrigerante e comendo cupcakes com cobertura de morango e framboesa. Bem, não só isso, porque Brent chegou à festa, me viu na fossa e ficou sentado comigo falando sobre a origem dos cupcakes. Não que ele soubesse algo sobre o assunto, mas pelo menos me divertiu.
Diário, eu estou com o coração partido. Preciso de muito sorvete. T__T

Sara.

Coração Partido


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Brent 19 anos


Hoje é 12 de junho e aqui no Brasil se comemora o Valentine's day nessa data.
Não me pergunte porque, eu não saberia responder.
Então, quando eu desci do carro e coloquei a mala no chão da calçada, ela veio.
Correu até o portão e me olhou.
Seus cabelos possuem uma franja nova, e caem sobre os olhos verdes.
A pele pálida é colorida nas bochechas pelas poucas sardas e por um tom corado.
Ela fica mais bonita a cada dia, e é cada vez mais difícil esconder o que sinto.
Simplesmente não sou bom em esconder coisas dela.
E, listen to me, eu sei esconder bem o que sinto.
Mas ela sorriu para mim, e me abraçou, e eu senti a necessidade de beijá-la.
Mais uma vez, uma vontade recorrente a... Todas as vezes que eu a vejo.
Foi difícil soltá-la.
So, ela segurou minha mão com uma firmeza que eu nunca tinha visto.
Ela me disse que fazia tempo que queria me contar algo importante.
No dia dos namorados do Brasil... Minha imaginação e impulsividade suspiraram.
Meu coração acelerou e eu fiquei ansioso por saber o que era.
Talvez ela quisesse me contar algo que me faria o cara mais feliz.
De todo o mundo, a whole world.
Jerk, Fool. Um tolo apaixonado.
Não costumo ser assim, mas ela me faz perder a racionalidade.
Ajo sem pensar, por impulsividade, por paixão.
E me amaldiçoo por isso.
Porque seu rosto corou quando ficamos sozinhos, e minhas mãos suavam.
E seus lábios se moveram e disseram o nome de Rodrigo.
Naquele momento eu soube que não podia demonstrar fraqueza.
Tampouco desistiria, mesmo com o coração partido em pedaços.
Eu sobreviveria.

B. Carter.


Quebra de confiança


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Matheus, 15 anos.

É bom saber que alguém se importa com você, mas eu não me iludo com isso. Piedade, compreensão, amizade verdadeira. Isso tudo é palhaçada. Isso não existe. O que existe é o interesse. Se alguém se aproxima de você, saiba que é porque ela quer alguma coisa com isso. Nem que seja não estar sozinha, ou se sentir bem por fazer algo bom. É tudo apenas interesse, então, não se iluda também. É idiotice.

Eu me deixei iludir por isso uma vez, e não vai acontecer novamente.

O céu já estava escuro e a noite estava fresca. Eu estava sentado no estacionamento de um supermercado comendo um pacote de biscoito que uma velhinha deixou cair da sacola sem perceber. Não me chame de ladrão por isso, ela tinha muito mais na sacola, e esse pacote não vai fazer muita falta. Mas nesse dia, um homem se aproximou de mim e me entregou um cobertor. Eu conhecia ele. Era o segurança do lugar. Seus olhos eram duros, mas um leve sorriso tomava conta de seus lábios. Depois disse dia, ele passou a me levar comida nas noites em que eu estava lá e nunca perguntou como eu arrumava os machucados no meu rosto ou cicatrizes. Até mesmo me convidou para ir para sua casa e depois de certa insistência dele, eu aceitei.

Sua casa era simples e eu tinha que dormir no sofá, mas era confortável e quente. E tinha comida. Aos poucos, eu consegui evitar de usar as merdas que costumava usar, foram semanas boas, mas durou pouco.

Uma noite eu acordei com ele em pé ao lado do sofá, sua calça estava nos joelhos e o cinto em sua mão. Foi um dos momentos mais desesperadores da minha vida. Eu o empurrei e nos envolvemos em uma breve briga, apesar de ele ser maior que eu e mais forte, o meu instinto me ajudou. Havia uma garrafa de cerveja na pia e eu bati em sua cabeça. Ele caiu e eu corri.


Era a minha deixa para deixar aquela cidade. E um lembrete de que não se pode confiar em ninguém.

O Dia Mais Esperado do Ano


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Rodrigo 14 anos

Eu não tinha dormido durante a última semana inteira. Tudo tinha que estar perfeito e a cada vez que eu deitava a minha cabeça no travesseiro, me lembrava de alguma coisa fora do lugar e me obrigava a levantar para arrumar, antes que eu me esquecesse. Podia ser a minha guitarra, que eu já havia aprendido a tocar algumas músicas e estava muito ansioso para mostrar à ele.

Também queria que ele visse o meu quarto arrumado e se sentisse orgulhoso de mim pelos estudos, por isso me esforcei dobrado para as últimas provas. Ele chegaria na semana em que eu deveria recebe-las e queria mostrar a ele que ele tinha dois filhos inteligentes, não apenas Brent. Eu também tinha os meus talentos e podia ser tão bom quanto o meu irmão mais novo.

Naquele dia, eu saí da aula correndo para chegar em casa antes dele, mas me surpreendi ao sair da escola e ver meu pai parado na porta. Ele olhava em volta dos alunos, procurando por mim. Quando me viu, ele sorriu, e eu soube que seu sorriso era sincero. Ele estava feliz por estar ali. Feliz por me ver.

Não pude evitar a felicidade e corri ao encontro dele, sem me importar com as lágrimas que desciam pelo meu rosto. Meu pai estava aqui, isso era tudo o que importava. Talvez ele voltasse de vez para o Brasil e viesse morar comigo e com minha mãe. Isso seria o máximo, mas sei que estou sonhando alto demais e daqui a alguns dias, ele vai embora de novo, mas não quero pensar nisso agora. Meu pai esta aqui e mesmo que seja inútil, vou mostrar a eles todas as vantagens de se morar aqui e fazer com que valha a pena para ele. Fazer com que ele se lembre de mim quando voltar para a família nova dele.

Tenho que ir agora, aproveitar o meu pai com o pouco tempo que eu tenho com ele. Não sei quando ele volta, mas espero que seja logo.

Guigo